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segunda-feira, 15 de julho de 2013
O Carvão e a Camisa
O pequeno Zeca entra em casa, após a aula, batendo forte os seus
pés no assoalho da casa.
Seu pai, que estava indo para o quintal, para fazer alguns serviços na horta,
ao ver aquilo chama o menino para uma conversa.
Zeca, de oito anos de idade, o acompanha desconfiado.
Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala irritado:
- Pai, estou com muita raiva.
O Juca não deveria ter feito aquilo comigo.
Desejo tudo de ruim para ele.
Seu pai, um homem simples e cheio de sabedoria,
escuta calmamente o filho que continua a reclamar:
- O Juca me humilhou na frente dos meus amigos.
Não aceito. Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir à escola.
O pai escuta tudo calado, enquanto caminha até um abrigo
onde guardava um saco cheio de carvão.
Levou o saco até o fundo do quintal e o menino o acompanhou, calado.
Zeca vê o saco ser aberto e antes mesmo que ele pudesse
fazer uma pergunta, o pai lhe propõe algo:
- Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha que está secando no varal
é o seu amiguinho Juca e que cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu,
endereçado a ele.
Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa,
até o último pedaço. Depois eu volto para ver como ficou.
O menino achou que seria uma brincadeira divertida e passou mãos à obra.
O varal com a camisa estava longe do menino e
poucos pedaços acertavam o alvo.
Uma hora se passou e o menino terminou a tarefa.
O pai que espiava tudo de longe se aproxima do menino e lhe pergunta:
- Filho como está se sentindo agora?
- Estou cansado, mas estou alegre porque acertei
muitos pedaços de carvão na camisa.
O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão daquela
brincadeira, e carinhoso lhe fala:
- Venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa.
O filho acompanha o pai até o quarto e é colocado na frente de
um grande espelho onde pode ver seu corpo todo.
Que susto! Zeca só conseguia enxergar seus dentes
e os olhinhos.
O pai, então lhe diz ternamente:
- Filho, você viu que a camisa quase não se sujou.
Entretanto, olhe só para você!
O mau que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu.
****
Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos
pensamentos, a borra, os resíduos e a fuligem ficam sempre em nós mesmos.
( Autor desconhecido )
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