domingo, 4 de agosto de 2013

OS SETE PECADOS CAPITAIS



OS 7 PECADOS

Autoria desconhecida


Certo dia um casal ao chegar do trabalho encontrou algumas pessoas dentro de sua casa. 

Achando que eram ladrões ficaram assustados, mas um homem forte e saudável, 
com corpo de halterofilista disse:
- Calma pessoal, nós somos velhos conhecidos e estamos em toda parte do mundo.
- Mas quem são vocês? perguntou o casal.
- Eu sou a Preguiça, respondeu o homem. Estamos aqui para que você escolha um 

de nós para sair definitivamente da vida de vocês.
- Como pode você ser a preguiça se tens o corpo de um atleta que vive malhando e 

praticando esportes? indagaram.
- A preguiça é forte como um touro e pesa toneladas nos ombros dos preguiçosos,

 com ela ninguém pode chegar a ser um vencedor.

Uma mulher velha curvada, com a pele muito enrugada que mais parecia uma bruxa disse:
- Eu meus filhos, sou a Luxúria.
- Não é possível! Disse o homem da família - você não pode atrair ninguém com essa feíura.
- Não há feiura pra a luxúria, queridos? respondeu - Sou velha porque existo a muito tempo 

entre os homens, sou capaz de destruir famílias inteiras, perverter crianças e trazer doenças
 para todos até a morte. Sou astuta e posso me disfarçar na mais bela mulher ou homem
 que você já viu.

Um mau cheiroso homem vestindo uns maltrapilhos de roupas que mais parecia um 

mendigo disse:
- Eu sou a cobiça, por mim muitos já mataram, por mim muitos abandonaram famílias e 

pátria, sou tão antigo quanto a Luxúria mas eu não dependo dela para
existir. Tenho essa aparência de mendigo porque por mais bem vestido que apresento, 

mais rico que apareço, com jóias, dinheiro e carros luxuosos, ainda assim me verás, 
porque a cobiça está tanto para o pobre quanto para o rico.

- E eu, - disse uma lindíssima mulher com um corpo escultural e cintura finíssima, 

seus contornos eram perfeitos e tudo no corpo dela tinha harmonia de forma e movimentos -
 Sou a Gula. Assustaram-se os donos da casa dizendo:
- Sempre imaginamos que a gula seria gorda.
- Isso é o que vocês pensam - respondeu ela - Sou a bela e atraente porque se assim não 

fosse seria muito fácil se livrar de mim. Minha natureza é delicada, normalmente sou discreta, 
quem tem a mim não se apercebe, mostro-me sempre disposta a ajudar aqueles que querem
 fazer regimes mas na verdade faço tudo ruir de maneira sutil. Destruo o prazer de viver 
e destruo a beleza do corpo.

Sentado em uma cadeira a beira da casa, um senhor também velho mas com o semblante

 bastante sereno disse com voz doce e movimentos suaves:
- Eu sou a Ira alguns me conhece como cólera, tenho muitos milênios também. 

Não sou homem nem mulher assim como meus companheiros que estão aqui.
- Ira ? Parece mais o vovô que todos gostariam de ter - disse a dona da casa.
- E a grande maioria me tem - respondeu o vovô - Matam com crueldade, provocam brigas 

horríveis e destróem cidades quando me aproximo.Sou capaz de eliminar qualquer 
sentimento diferente de mim, posso estar em qualquer lugar e penetrar nas mais 
protegidas casas. Mostro-me calmo e sereno para mostrar-lhes que a Ira pode estar 
no aparentemente manso. Posso também ficar contido no íntimo das pessoas sem 
se manifestar, provocando úlceras, câncer e as mais temíveis doenças.

- Eu - disse uma jovem que ostentava uma coroa de ouro cravada de diamantes,

 usava braceletes de brilhantes e roupas de fino pano, assemelhando-se a uma 
princesa rica e poderosa - Sou a Inveja - Faço parte da história do homem desde 
de sua aparição.
- Como inveja, se é rica e bonita, parece ter tudo que deseja. - disse a mulher da casa.
- Há os que são ricos, os que são poderosos, os que são famosos e os que não são

 nada disso, mas eu estou entre todos, a inveja surge pelo que não se tem e o que
 não se tem é a felicidade. Felicidade, depende de amor, e isso carece na humanidade. 
Por causa de mim, muita destruição já houve, mortes e sofrimento, onde eu 
estou está também a tristeza.

Enquanto os invasores se explicavam, um garoto que aparentava cerca de 5 a 6 anos 

brincava pela casa.
Sorridente e de aparência inocente, característica das crianças, sua face de delicados

 traços mostravam a plenitude da jovialidade, olhos vívidos e enigmáticos, 
parecia estar alheio aos acontecimentos quando foi indagado pelo casal.
- E você garoto, o que fazes junto a esses que parecem ser a personificação do mal?
O garoto respondeu com um sorriso largo e olhar profundo.
- Eu sou o Orgulho.
- Orgulho?? estupefou-se o casal - Você é apenas uma criança, tão inocente 

como todas as outras.
O semblante do garoto tomou um ar de seriedade que assustou o casal, e ele disse.
- O orgulho é como uma criança mesmo, mostra-se inocente e inofensivo, 

mas não se enganem, sou tão destrutivel quanto todos aqui , quer brincar comigo?

A Preguiça interrompeu a conversa e disse.
- Vocês devem escolher quem de nós sairá definitivamente de suas vidas.
Queremos a resposta.
O casal respondeu.
- Por favor, dêem 10 minutos para que possamos pensar.
O casal se dirigiu para o quarto onde dormem e lá fizeram várias consideração. 

Dez minutos depois retornaram.
- E então? perguntou a Gula.
- Queremos que o Orgulho sai de nossas vidas.
O garoto olhou com um olhar fulminante para o casal, pois queria continuar ali.

 Porém respeitando a decisão dirigiu-se para a saída. Os outros iam acompanhado o
 Garoto quando o casal perguntou.
- Ei, vocês vão embora também?
O Menino, agora com ar de severidade e com a voz forte de um orador disse.

- Escolhestes que o Orgulho saísse de vossas vidas, fizeram a melhor escolha. 

Pois onde não há Orgulho, não há preguiça, pois os preguiçosos são aqueles que 
se orgulham de nada fazer para viver não percebendo que na verdade vegetam.
 Onde não há orgulho não há Luxúria, pois os luxuriosos tem orgulho de seus corpos
 e julgam-se merecedores de possuir os corpos de tantos quantos lhe provir,
 não percebendo que na verdade são objetos do instinto. Onde não há orgulho, 
não há Cobiça, pois os cobiçosos tem orgulho das migalhas que possuem ,
juntando tesouros na terra e invejando a felicidade alheia, não percebendo que
 na verdade são instrumentos do dinheiro. Onde não há orgulho, não há Gula, 
pois os gulosos se orgulham de suas condição e jamais admitem que o são, 
arrumam desculpas para justificar a gula, não percebendo que na verdade 
são marionetes dos desejos. Onde não há orgulho, não há Ira, pois os iracundos 
se orgulham de não serem passíveis e jamais abaixam a cabeça diante de qualquer situação, 
são incapazes de permitir que a vida lhes proporcione lições de aprendizado e se revoltam 
com facilidade com aqueles que, segundo o próprio julgamento, não são perfeitos,
 não percebendo que na verdade sua ira são resultado de suas próprias imperfeições.
Onde não há orgulho, não há inveja, pois os invejosos sentem o orgulho ferido ao verem 

o sucesso alheio seja ele qual for, precisam constantemente superar os demais nas conquistas, 
não percebendo que na verdade são ferramentas da insegurança e da falta de amor a vida. 
Adeus.

Saíram todos sem olhar para trás, e ao baterem a porta, um fulminante raio de 

luz invadiu o recinto, e o casal, desintegrou-se. Dizem que viraram Anjos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário